terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Prato do dia: O tempo

Como disse Antônio Prata em uma de suas crônicas: “O bem mais valioso de nossa época não é o diamante nem o petróleo ou a fórmula da Coca-cola (...)”, o bem mais precioso de que temos hoje é o tempo.

O tempo é a definição da própria vida, a nossa vida é dividida por horas, minutos, segundos, dia, mês e ano. Se não soubermos lidar com ele da melhor forma possível, ele pode acabar se tornando um vilão.Em uma palestra que assisti recentemente, vi que existem estudos sobre o ato de reservar um tempo e se sentar a mesa para comer, e como esse pequeno ato pode trazer consequências muito positivas, tais como: menor propensão ao estresse, ansiedade, transtornos alimentares entre outros problemas.  Além disso, para as crianças a presença dos pais na hora do almoço e/ou jantar é fundamental para transmitir bons hábitos, que poderão ser seguidos por toda a vida.

O tempo, ou a falta dele, exige que as pessoas façam escolhas movidas por esse fator. É mais fácil comer um lanche com batatas fritas no almoço, que em 10 segundos esta na sua mão e em 5 minutos no seu estomago do que preparar a própria comida, por exemplo. Desse modo, o alimento é simplesmente engolido entre um gole e outro de refrigerante, não se sente o gosto da comida e o que era pra ser um momento de “relaxamento” no dia, se torna apenas mais uma obrigação.Buscando o significado sociológico da refeição, tem-se que o ato está contido na possibilidade de pessoas que não partilham interesses específicos se encontrarem para uma refeição em comum.

Ter que comer é uma necessidade muito primitiva e inevitavelmente comum a cada indivíduo. É isto justamente que possibilita a reunião das pessoas para compartilhar uma refeição e, nesse ritual ampliar o tempo de convivência entre os familiares e amigos, possibilitando maior conhecimento mútuo e troca de experiências e assim, permitir a superação do simples ato de comer, uma vez que esse momento vai muito além de apenas ingerir substancias nutritivas.
Pensando na realidade de hoje, aonde cada um da família chega a casa num horário diferente, devido a seus compromissos com o trabalho, escola, projetos e etc., a refeição, um momento tão importante, acaba ficando de lado, completamente esquecida. É importante que, ainda que não todos os dias, que esse momento seja estabelecido pelo menos uma ou duas vezes na semana. E o legal disso tudo, é que quando esse compromisso é marcado, com todos juntos e com a comida preparada em casa, as chances de a refeição ser mais saudável aumentam.

É importante que isso seja refletido, até que ponto o tempo esta tomando conta das nossas vidas?  Reservar algumas horinhas do dia pra nós mesmos é essencial, e que isso ocorra sem que a sensação de inutilidade logo nos assombre, como se precisássemos estar sempre produzindo, produzindo, numa sequencia infinita. Afinal, enquanto não descobrimos a cura para este mal, a única saída é tentar controlarmos o nosso tempo, e não o contrario. 

Beatriz Crepaldi Smidt
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