segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Superinteressante" ou, nem tanto!



Pensando no que ia escrever, depois de um final de período um tanto turbulento, voltei pra casa dos meus pais. Minha mãe é dona de uma banca de jornal e revistas e sempre que volto ela me mostra praticamente todas as revistas que saíram alguma reportagem sobre saúde, a dieta da moda, receitas ou politicas relacionadas.

Dessa vez cheguei e me deparei com uma Superinteressante que na capa vinha escrito “A Ciência da Dieta” e o subtítulo ainda completava, “Chocolate pode emagrecer. Adoçante pode engordar. Batata frita vicia tanto quanto drogas. Conheça as novas descobertas que estão revolucionando o mundo das dietas.” Frente a tantas afirmações lá fui eu ler a revista pra ver do que se tratava.

O que eu encontrei?! Essas informações que comumente encontramos em revistas de saúde, alguns exemplos: alimentos como pimenta, canela e gengibre são termogênicos e “aceleram” a “queima” de gordura, que chocolate pode ser um aliado da saúde, que o cérebro funciona de forma que comer te causa prazer e pessoas que apresentam resistência à ação de determinados hormônios provavelmente leva a pessoa a comer mais e por ai vai.

A notícia me incomodou, e muito, devido a forma como eles apresentaram as ditas “vantagens e desvantagens” de cada alimento ou combinação, ou seja, de maneira extremamente apelativa. Fiquei pensando no que essas revistas são capazes de fazer pra vender mais exemplares. Milhões de maneiras de emagrecer com prazos cada vez mais curtos, alimentos milagrosos, promessas sem fundamento algum, ignorando total e completamente a saúde. São corpos tão perfeitos, mais tão perfeitos, que não são reais! É bem difícil, pra não dizer impossível, encontrar uma capa que não tem um trabalho de alguém que sabe muito sobre photoshop.

O pior?! Já perdi as contas de quantas vezes vi pessoas passando pela banca, vendo/comprando essas revistas com uma autoestima baixíssima, se lamentando por não conseguir seguir determinada dieta/regra/rotina que a noticia impõe ou por não ter o padrão de beleza que é estampada em todas essas capas.

Nunca esqueci uma coisa que ouvi uma vez de um professor que destacava o quanto somos escravos da nossa própria geração, ele dizia que essa geração vive a “Ditadura do Ótimo”, um ótimo corpo, uma ótima alimentação, uma faculdade ótima, um emprego ótimo, tudo da melhor qualidade. Menos, que ótimo não vale! Se você não se enquadrar nisso tudo você está perdido. Será?! Vez ou outra me pego pensando nisso!

Gabi Carvalho
Saiba mais sobre a Gabi clicando aqui. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário